quarta-feira, 28 de abril de 2010

Os poderes da noite
Desde o despertar da humanidade que o homem vem praticando o culto do sangue para comunicar com os espíritos secretos da natureza, para adivinhar o enigma do universo e pôr fim à angustiante pergunta: «como vencer a morte?»

Conta-se que Horácio fez comparecer duas mulheres mágicas para que se invocassem as divindades e se compreendessem as coisas do porvir: «Primeiro dilaceram com os dentes uma pequena ovelha cujo sangue foi preparado numa cova para que viessem ali as almas dos mortos. Em seguida colocaram, perto, duas estátuas, uma de cera, outra de lã. A de cera era mais pequena e subordinada da outra. Esta a seus pés, como que suplicante, apenas esperava a morte. Ao fim de diversas cerimônias mágicas, a imagem de cera foi derretida e consumida».

O sangue permitia atrair os espíritos e dar-lhes um rosto, uma forma.

Lucien de Samosate descreve os vampiros na sua Histoire Veritable. Dá-lhes o nome de Onosceles, e afirma que estes seres se alimentam, não apenas do esperma mas também da carne e do sangue de estranhos, atraídos pelas suas carícias. A flor do alho não tem qualquer poder contra os vampiros, contrariamente ao que acontece com a raiz de malva que os obriga a, fugir, confessando os crimes que cometeram.

«À noite», escreve ele, «chegamos a uma ilha pouco importante, toda habitada por mulheres (pelo menos assim o pareciam) falando a língua grega. Aproximam-se, estendem-nos as mãos e beijam-nos. Adornadas como se fossem cortesãs, todas novas e bonitas, vestidas com túnicas até aos calcanhares. O nome da ilha é Cabalusse, e a aldeia é Hydamardie. Cada uma destas mulheres, como que tomando conta de nós, conduziu-nos a sua casa e deu-nos hospitalidade. Por minha parte, um mau pressentimento tornava-me hesitante. Com um olhar atento, descobri ossadas e caveiras de um grande número de homens. Apetecia-me gritar, pedir ajuda aos meus companheiros, dispormo-nos à guerra preferindo afinal nada fazer.

Agarrei unicamente a raiz de malva que trazia comigo, suplicando que me livrasse dos perigos que me ameaçavam. Um instante passado, e enquanto ela se ocupava em me servir, noto que as suas pernas não são iguais às de outras mulheres, pois tem patas de burro. Desembainhe a espada e, agarrando-a, acorrentei-a e obriguei-a a que tudo me confessasse. Resistiu, mas acabou por me dizer que eram mulheres marinhas chamadas Onoscéles, e que devoram todos os estranhos que ali abordam. ‘Nós embriagamo-los (explica ela) para que se deitem conosco e enquanto dormem, então, degolamo-los’.» Ouvindo estas palavras, deixo-a ainda acorrentada e subo ao telhado onde, com todas as minhas forças, chamo os meus companheiros. Quando chegaram, contei-lhes tudo e mostrei as ossadas conduzindo-os junto da minha prisioneira; eis que, transformada em água, desaparece. Mergulho a espada ao acaso nessa água que se transformou em sangue».[3][3]

O sangue torna-se o elixir da vida, o mesmo princípio de vida e de morte. Nada escapa à sua lei. Ele, só por si, contém as origens do homem e do mistério da sua morte. «Os demônios impuros», escreve Hallywell, «em Mélampronéa (1681) sentem prazer em sugar o sangue quente dos homens e dos animais. As feiticeiras oferecem a Satanás uma parte do sangue delas no momento da assinatura do pacto...» Magia noturna, juramento de amor, combate, vitória... nada escapa à lei do sangue. É ele que permite selarem-se contrato, invalidá-los, matar, comunicar com os mortos.

»Salve, Pai dos deuses! Clamam os padres da morte no antigo Egito. Salve vós os sete Hacthor com os cornos sangrentos a ornamentar-vos! Salve senhores do céu e da terra! Vinde a mim, e que o casal seja um só, uno no mesmo túmulo, forte e incorruptível, ligado pelo sangue e água, pelo terror e pela beleza que descerão vivos a este lugar. Se vós não chegardes a uni-los, eles que estão prontos a receber o vosso raio, eu Nasha, incendiarei Bousiris e queimarei Osíris.»

Os sacerdotes do culto dos mortos não temem lançar um desafio aos deuses supremos, blasfemar para forçar os espíritos do além a manifestarem-se, a tomar sobre si o defunto para a sua longa viagem noturna.

Toda a história mágica dos homens relata a história misteriosa do sangue, o seu poder sobre o destino do homem. O homem transporta a obsessão do sangue através das raças e das civilizações. Podem os homens morrer, desaparecer os impérios, que a humanidade – a mais que velha humanidade – não esquece a presença atemorizante do sangue, a sua presença oculta no interior do corpo, o seu mistério. Cada molécula parece dissimular uma terrível verdade: o próprio segredo do homem e do universo.



Neste túmulo vivo

depositei meu sangue



É desta forma que os adeptos do vampirismo acreditam no supremo poder do sangue. Afirmam que este atravessa o túmulo acordando o duplo, que escapa à decomposição. E o túmulo torna-se a prova alquímica onde a matéria negra trava o seu último combate, em que ela se transforma em Maelström[4][4] de energias vivas, refazendo vida a partir das cinzas.

O vampirismo cultivou sempre a inversão e negação dos valores espirituais do Evangelho.

Logo que Jesus morreu na cruz, a lança do centurião trespassou o lado e imediatamente saiu sangue que derramou o espírito de Deus.

É nesta fonte de vida que os cristãos virão beber, para que possam ter o direito à ressurreição da carne e à imortalidade.

Através do corpo imolado do Cristo, Deus expande-se e integra-se no mundo.

«Se alguém tem sede, venha a mim! Beba quem crê em mim» declarou Jesus no Templo, em Jerusalém.

A Escritura anuncia: Do seu seio, correrão fontes de vida. É do lado aberto de Cristo que procede o Espírito e se derrama sobre os homens. No momento da Eucaristia, o sacerdote lembra as palavras de Cristo: «Tomou o cálice e dando graças o abençoou e deu aos seus discípulos dizendo: Tomai e bebei todos, este é o cálice do meu sangue, da nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos os homens em remissão dos pecados». Assim o sangue de Cristo renova a aliança com Deus, propaga o Espírito e destrói a morte.

A partir dos santos mistérios, os adeptos do vampirismo construíram a sua crença quanto à incorruptibilidade do corpo, do sangue que renova a vida e impede a morte, sem nada purificar, conservando as máculas e os miasmas psíquicos, os instintos da morte, o medo e o ódio... prendendo-se ainda ao mundo dos sentidos e do prazer.

A obsessão do vampirismo é o medo da morte e a necessidade do mundo (apesar do túmulo), e recusar morrer e abandonar o corpo. Todas as patologias estão ligadas para criar assim o monstro noturno, bebedor de sangue, em rebelião contra a luz.

Na mitologia do vampiro sabe-se que o morto-vivo teme a luz do dia porque ela poderá destruí-lo, reduzindo-o a cinzas.

Compreende-se assim porque se diz – no culto do vampiro – que a cruz de Cristo o faz recuar e evita a sua saída do túmulo, pois ela simboliza a luz de Cristo, vencedor da morte destruidora de cada parcela ou átomo de obscuridade que transfigura e ressuscita o mundo e cujo sangue derramado liberta o Espírito. O crucifixo não é um elemento folclórico para filmes de vampiros. É a transfiguração face às forças vegetativas da morte.
O êxtase negro
É nesta atmosfera de caça aos vampiros que a igreja se deparou com a mais terrífica blasfêmia: a maldição do sangue, sangue este de que o Antigo Testamento nos fala como portador do Espírito...! E, pois, pecado mortal por excelência: Um crime contra o Espírito!

E no entanto, nas histórias de vampiros, a morte aceita este estado de vida intermédio, esse sono do morto-vivo encerrado no seu caixão, tendo o poder de vagabundear durante a noite como ave noturna que descreve círculos concêntricos ao aproximar-se da sua presa.

E de noite que o duplo astral do vampiro se transforma em lobo, fogo-fátuo, morcego. Está ligado aos vivos por forças subterrâneas, ligações secretas que vêm prender-se como anzóis ao sono de futuras vítimas. Na versão de Bram Stoker – autor do Drácula – a hora do vampiro situa-se entre a meia-noite e a uma hora da manhã, mas as invocações do morto-vivo fazem-se ao pôr do Sol.

O sono não protege. A consciência de quem dorme fica anestesiada, a vontade entra em letargia e qualquer espírito malfeitor pode vir ocupar o seu espírito deixando-lhe ficar uma imagem, um pesadelo que manterá ao despertar sob a forma de uma obsessão.

Pela manhã, a vítima do vampiro lembra-se de ter tido um sonho estranho que lhe deixa um profundo cansaço, um estado de extrema debilidade. Ela experimentou aquilo a que os exorcistas do século XVIII chamam: a VIOLAÇAO DA ALMA.

Sintomas de uma manifestação oculta que escapa ao túmulo, ou desequilíbrios psicopatológicos?

Cada um explicará o fenômeno à sua maneira, agarrando-se às suas crenças e terrores, mas isso não modificará em nada a natureza dos sintomas. São de tal forma características que um padre exorcista ou os velhos aldeões que «sabem», conseguem detectar a passagem de um vampiro.

O estudo dos processos verbais e das aparições de vampiros nos séculos XVIII e XIX –sobretudo na Europa central – permite-nos abrir o dossier médico-psíquico do homem e da mulher tornados vampiros.

Uma mulher ainda nova que recebeu a visita noturna de um vampiro, acorda pela manhã lembrando-se de um pesadelo vago, impreciso mas aterrorizante. Desde logo, com as visitas noturnas o seu comportamento vai-se sucessivamente modificando. A fraqueza e a prostração parecem ser os primeiros sintomas. Seguidamente estará sujeita a perdas de consciência, novos pesadelos cada noite um tanto mais precisos, êxtases negros onde os ritmos deslizam com a lentidão de um veneno. Porque é bem de um veneno que se trata. A vítima – que não entrou ainda na «cadeia» dos adeptos – vive num estado permanente de sonambulismo e súbitas entradas em transe, que surpreende e horroriza quantos a rodeiam dada a modificação repentina.

Acorda de manhã, umas vezes com dores de cabeça, com enxaquecas sem aparente razão de ser, com a sensação de pesadelos de que se não lembra e a idéia vaga de ter dormido com um peso sobre o peito, uma impressão de asfixia durante o sono.

Outras vezes tem um acordar diferente. Olhos abertos e vítreos, ela persegue ainda o pesadelo noturno, de olhar vago.

Este torpor não durará além de alguns instantes mas o dia decorrerá entre dois mundos, com ausências, com incompreensíveis sonolências e, por vezes, comas com a duração de dois ou três minutos.

A doença desenvolver-se-á rapidamente até à morte. Trágico começo no decorrer do qual a vítima se torna «adepta» e cairá no abismo. Ela já não poderá abandonar a cama, e a palidez é tal que nem a febre diminuirá. Deixa de conhecer os membros da família. O sono é cada vez mais freqüente e mais profundo, dando-lhe cada vez mais o fácies da morte. O pulso fraco, os olhos parados. Interrogam-se entre si os especialistas. Um deles crê tratar-se de uma «histeria cataléptica».

Raymond Rudorff – que explorou os «arquivos do Drácula» – descreve maravilhosamente um dos transes vividos pela vítima do vampiro:

«Depois de ter interpretado as mais encantadoras melodias, Adelaide atacou temas mais violentos. Um brusco entusiasmo se apoderou dela; os olhos começaram com um brilhar sobrenatural; empalideceu, vacilou, mas recuperou, e de novo, batendo as teclas com vigor redobrado, lançou-se numa série de áreas ainda mais violentas que as primeiras.

»Estranhas visões desfilaram diante dos meus olhos enquanto ela tocava energicamente acordes vibrantes: tempestades em plena montanha, o roncar de mar revolto, assembléias noturnas de bruxos, noite de Walpurgis[2][2] sobre qualquer cume descampado...

»Adelaide tornou-se cada vez mais pálida, a música cada vez mais violenta até que, largando um grito, Conrad se levanta num salto dizendo:

»– Basta! Por amor de Deus!

»Tremendo dos pés à cabeça, Conrad aproximou-se do piano enquanto Adelaide se levantava olhando-o com ódio.

»– Adelaide – insistiu ele –, suplico-lhe, não toque mais nada! Você está a fazer mal a si própria!

»A transformação que se operou nela foi espetacular. A doce e amável rapariga já não existia. Em seu lugar, erguia-se diante de nós uma cara lívida em fúria, transtornada por uma cólera intensa e, de voz ríspida e fria (que me gelou o coração), vociferou: «Não obedeço senão ao meu senhor!» Sacudida por terrível tremura, deu alguns passos e caiu redonda aos pés de Conrad.»

Todas as manifestações de vampirismo pertencem a estas atmosnegras. Nada sustém esta fascinação pelo abismo, este culto do terror!
A postagem abaixo e um trecho do livro Os vampiros de Jean-Paul Bourre...
As leis do sangue
O vampirismo está sempre associado a um drama, uma maldição, uma doença psíquica hereditária. Na epopéia negra e vermelha dos vampiros apareciam casais amaldiçoados, homicidas megalômanos tais como o príncipe VIad Drakul, grandes famílias atingidas por um mal misterioso, como os Bathory ou os Cillei na Romênia do século XV.

Todos eles fascinados por uma espécie de vontade mórbida, rapidamente transformada em neurose, em obsessão. Cultivam desejos dos mais perturbadores, tais como Bárbara Cillei e seu irmão partilhando da mesma cama ou VIad Drakul empalando os seus prisioneiros e fazendo-se servir de faustosas refeições, entre cadáveres suspensos de lanças e piques.

Vive-se febril e loucamente a sexualidade e a morte. O leito nupcial torna-se fúnebre pelas maldições e juramentos terríveis nele feitos. «Voltarei!...» Uiva Bárbara Cillei antes de morrer. Herman, seu irmão, invocará os demônios da antiga magia para que a irmã ressuscite. As crônicas romenas da região da Transilvânia afirmam que o êxito teria sido completo. Bárbara Cillei saiu do túmulo visitando o castelo de Varazdin, onde tem a sua sepultura. Coincidências ou epidemias diabólicas? Em 1936, na aldeia de Kneginecc – perto de Varazdin – várias pessoas novas, rapariguitas, pereceram de maneira estranha. «Algumas morreram em poucas semanas, em dois ou três meses no máximo, sem se lhes conhecer qualquer doença. Todas tinham sobre a garganta duas ou três manchas azuladas. Muitos destes jovens acordavam durante a noite atormentados por horríveis pesadelos.»

O ritual do exorcismo praticou-se nas ruínas de Varazdin por um sacerdote ortodoxo da igreja do Oriente. Rapidamente pararam as manifestações. Dizem os velhos de Kneginec que o Grande Exorcista libertou a aldeia, mas ninguém esclarece se os restos mortais de Bárbara Cillei, morta no século XV, foram ou não exumados.

Os processos verbais que relatam os fenômenos vampirescos demonstram-nos através de que mecanismos o não morto se propaga e contamina quantos leiam. Citemos por exemplo o inquérito conduzido pelo tenente Buttner, do regimento de Alexandre de Vurtemberga, a 7 de Janeiro de 1732, o Visum et Repertum, que intrigou Luís XV e o duque de Richelieu:

«Tendo ouvido dizer por mais de uma vez que na aldeia de Medwegga, na Sérvia, os pretensos vampiros provocavam a morte de muita gente sugando-lhes o sangue, recebi a ordem e missão, através do comando superior de Sua Majestade, para que o caso fosse esclarecido beneficiando, para questão de inquérito, do apoio de oficiais e de dois Unterfeldscherer.

»Perante o capitão da Companhia de Heiduques Gorschitz, Heiduck, Burjaktar e os outros heiduques mais antigos do local, examinamos os fatos. Estes, logo que interrogados, nos relataram unanimemente um caso ocorrido, havia cinco anos, com um heiduque da região (um heiduque é um membro da nobreza local) chamado Arnold Paul que ao cair do carro de feno partira o pescoço. Mais tarde, passados alguns anos, teria contado repetidas vezes ter sido vítima de um vampiro, perto de Casanova, na Pérsia turca.[1][1]

»Teria por esse fato resolvido comer alguma terra no túmulo de um vampiro, esfregando-se com o sangue do mesmo, uma vez ser voz corrente evitar assim a maléfica influência. Todavia, vinte ou trinta dias após a sua morte havia gente a queixar-se que Arnold Paul os atormentava, chegando mesmo a matar quatro pessoas. Para que se acabasse com este perigo, o heiduque aconselhou os habitantes dessa região a desenterrarem o vampiro e assim foi, quarenta dias depois da morte deste. Encontraram-no em perfeito estado de conservação; a carne não decomposta, os olhos injetados de sangue fresco que também escorria do nariz e dos ouvidos, sujando-lhe a camisa e a mortalha. As unhas das mãos e pés estavam soltas, e novas unhas cresciam em seu lugar, pelo que se concluiu tratar-se de um arqui-vampiro. Assim, segundo a norma do sítio, atravessaram-lhe o coração com uma estaca.

»Mas enquanto se procedia a esta ação, jorrou do corpo uma enorme quantidade de sangue, acompanhada de um lancinante grito. Nesse próprio dia foi queimado, e as cinzas lançadas ao túmulo. Aquela gente afirmava que as vítimas dos vampiros transformam-se, por sua vez, em vampiros. Por tal razão se decidiu proceder da mesma forma para com os quatro corpos atrás referidos.

»O caso não ficou por aqui porque o dito Arnold Paul atacara não só pessoas mas também gado!

»Aqueles que diziam ter comido carne de animal contaminado e que disso vieram a morrer ficaram presumíveis vampiros, tanto que no espaço de três meses, (em dois ou três dias) sem nenhuma doença previamente detectada, pereceram dezessete pessoas das idades mais diversas.

»Heiduque Joika faz saber que a sua nora, Staha Joica, tendo-se deitado quinze dias antes de perfeita saúde, soltou durante a noite um grito medonho, acordou em sobressalto tremendo de medo, queixando-se de ter sido ferida no pescoço por um homem, filho do heiduque Milloe, que morrera havia quatro semanas. Desde então definhando hora a hora, morria oito dias depois.

»Por todas estas coisas nessa mesma tarde, depois de ouvidas as testemunhas, fomos ao cemitério acompanhados pelo heiduque da aldeia, para que se abrissem os túmulos suspeitos e se observassem os corpos.

»Esta investigação revelou os seguintes fatos:

»– Uma mulher de nome Stana, ao dar um filho à luz e no seguimento de uma curta doença de três dias, morreu aos 20 anos e 3 dias confessando que, para se livrar de toda a espécie de influências, se esfregara com sangue de vampiro. O seu estado de conservação era excelente. Aberto o corpo descobriu-se uma grande quantidade de sangue fresco na cavitate pectoris.

»– Miliza, uma mulher com 60 anos que morreu após três meses de doença e enterrada noventa e tal dias depois, tinha ainda uma quantidade de sangue em estado líquido.

»– Os oficiais do rei enumeram ainda onze pessoas da mesma aldeia, mortas em circunstâncias estranhas mantendo sangue fresco e concluem a seguir, no seu relatório: ‘Depois de devidamente registrado o que atrás foi exposto, ordenamos à ciganagem que passava que decapitassem todos esses vampiros. Foram queimados os corpos e espalhadas as cinzas por Morávia, enquanto, devolviam aos caixões, os corpos encontrados em estado de decomposição.’ EU AFIRMO e os Unterfeldscherer, QUE TODAS AS COISAS SE PASSARAM TAL COMO ACABAMOS DE RELATA-LAS, em Medwegya, na Sérvia, a 7 de Janeiro 1732.»

Assinatura: os oficiais do rei... As testemunhas. Belgrado, 26 de Janeiro 1732.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Diz-se que os vampiros existem onde quer que haja homens.


Ha relatos de vampiros na Grecia antiga, no antigo Imperio Romano, na Alemanha, França, India e ainda na China, onde ate hoje todos os temem.
Os vampiros podem ser reconhecidos pelo facto de os seus cadáveres nao se decomporem. Quando os seus corpos sao desenterrados, é como se tivessem acabado de morrer.
Diz-se que a força fisica dos vampiros é incrivelmente superior á dos mortais. Acredita-se que Dracula teria uma força comparável á de 20 homens fortes. Os vampiros, ás vezes, aparentam-se como demónios na forma humana.
Os vampiros podem aparecer como e quando quiserem e onde lhes apetecer. Podem tambem comandar os elementos, criando tempestades, trovoes e nevoeiro. Acredita-se tambem que os vampiros podem desaparecer no solo.
Um vampiro nao morre de velhice ou com passage, do tempo, ele alimenta-se do sangue dos vivos, para que se possa tornar mais jovem e vigoroso. Várias lendas contemplam o beber do sangue e o comer das vitimas, mas um vampiro nao consome mais nada a nao ser o sangue. No entanto, este consumi é tao vital que um vampiro nao sobrevive sem esta dieta de sangue fresco.
Os vampiros têm de dormir durante o dia e deitarem-se sobre uma camada protectora de terra sagrada, do seu país de origem, durante a noite. Normalmente, os vampiros ficam nos caixoes durante o dia, num transe, mas mesmo assim conscientes do que se passa á sua volta. Só podem abandonar o seu lugar de repouso ao nascer do Sol, meio-dia ou pôr do Sol.
Os vampiros nao podem entrar numa casa sem serem convidados por alguem que la viva. Depois desse primeiro convite podem entrar quando quiserem.
Os vampiros nao podem caminhar sobre a agua corrente, a nao ser que a corrente seja muito fraca. Têm de ser transportados. Se um vampiro se encontrar imerso, fica completamente indefeso e acaba por ser destruído."
In " O Terrivel Diario Perdido do Dr. Cornelius Van Helsing"
"Diz-se que os vampiros existem onde quer que haja homens.


Ha relatos de vampiros na Grecia antiga, no antigo Imperio Romano, na Alemanha, França, India e ainda na China, onde ate hoje todos os temem.
Os vampiros podem ser reconhecidos pelo facto de os seus cadáveres nao se decomporem. Quando os seus corpos sao desenterrados, é como se tivessem acabado de morrer.
Diz-se que a força fisica dos vampiros é incrivelmente superior á dos mortais. Acredita-se que Dracula teria uma força comparável á de 20 homens fortes. Os vampiros, ás vezes, aparentam-se como demónios na forma humana.
Os vampiros podem aparecer como e quando quiserem e onde lhes apetecer. Podem tambem comandar os elementos, criando tempestades, trovoes e nevoeiro. Acredita-se tambem que os vampiros podem desaparecer no solo.
Um vampiro nao morre de velhice ou com passage, do tempo, ele alimenta-se do sangue dos vivos, para que se possa tornar mais jovem e vigoroso. Várias lendas contemplam o beber do sangue e o comer das vitimas, mas um vampiro nao consome mais nada a nao ser o sangue. No entanto, este consumi é tao vital que um vampiro nao sobrevive sem esta dieta de sangue fresco.
Os vampiros têm de dormir durante o dia e deitarem-se sobre uma camada protectora de terra sagrada, do seu país de origem, durante a noite. Normalmente, os vampiros ficam nos caixoes durante o dia, num transe, mas mesmo assim conscientes do que se passa á sua volta. Só podem abandonar o seu lugar de repouso ao nascer do Sol, meio-dia ou pôr do Sol.
Os vampiros nao podem entrar numa casa sem serem convidados por alguem que la viva. Depois desse primeiro convite podem entrar quando quiserem.
Os vampiros nao podem caminhar sobre a agua corrente, a nao ser que a corrente seja muito fraca. Têm de ser transportados. Se um vampiro se encontrar imerso, fica completamente indefeso e acaba por ser destruído."
In " O Terrivel Diario Perdido do Dr. Cornelius Van Helsing"

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Cronologia dos casos
De vampirismo

Segundo os processos verbais,Desde a origem até os nossos dias.
Não é possível fazer-se um levantamento completo de todos os casos de vampirismo ou presumíveis como tal, mas podemos elaborar uma lista das principais manifestações que originam o processo verbal ou crônica de época.
Snikor em Engic:
Ao morrer, a mulher de um padre ortodoxo russo confessou-se vampiro.
Morávia, perto de Olmütz, em Liebava:

O vampiro era uma pessoa considerada no local. Um húngaro caçador de vampiros subiu à noite ao campanário da igreja, perto do cemitério, a fim de espiar a saída do vampiro, a quem roubou a mortalha o que provocou uivos de revolta do vampiro. O húngaro convidou-o a vir buscar o seu fato de defunto e, quando este fez menção de subir ao campanário, o húngaro deitou-o da escada abaixo e cortou-lhe a cabeça com a ajuda de uma pá.
Sjonica:
Uma noite, um homem chamado Ibro armou-se de uma faca e foi na mira de um vampiro. A luta não durou quase nada e o morto-vivo escapou-se. Perto da ponte da aldeia o homem volta a apanha-lo, apunhalando-o. No dia seguinte, no sítio onde o vampiro fora ferido, apenas foi encontrado um pouco de sangue, e na lâmina do punhal alguém escreveu uma oração em turco.
Paris, 1310:
A seguir ao concílio de Troyes, em Maio de 1310, Filipe
O Belo
fez exumar o cadáver de Jean de Turo, construtor da torre, e iniciado no «Le Temple»
, mandando lançar ao fogo o seu corpo um século depois da sua morte.
Boémia, em Blow, perto de Cadar-1337:
Manifestações vampíricas no claustro de Opatowicze.
Boémia, em Lewin-1345:

Morte de uma mulher que se dedicava à feitiçaria (morte natural ou suicídio), tendo sido sepultada num cruzamento de duas estradas.
Alta-Estíria, em Gratz, 1451:
bárbara de Cillei ou Barbe de Cillei - amada por Segismundo da Hungria. O seu cadáver foi arrancado à morte graças ao ritual de Eléazar, que detinha o poder Abramelin o Mágico. Shéridan le Fanu inspirou-se em bárbara de Cillei para o personagem principal da sua obra-prima
Carmila
, o Drácula feminino.Transilvânia, Curtes de Arges-1476:
Vlad Draculya – Senhor da Valáquia, rei dos vampiros e cavaleiro da Ordem do Dragão foi enterrado na ilha de Snagov, na Romênia. Segundo investigações arqueológicas recentes, o seu túmulo encontra-se vazio.
Morávia, em Egwanschitz-1610:
Manifestações de vampiros anos a fio.
Cracóvia, Fevereiro de 1624:
Mulher vampiro em Clapardia, perto de Cracóvia.
Istrie, em Khring (ou Kri2:
A 17 milhas de Laybacnck)
-167h, no ducado de Miterburgo, um certo Giure Grando foi enterrado no cemitério local e atormentou durante longo tempo as gentes daquela região.
Hungria, Medreiga (Medwegya)-1690:
Arnold Paole, heiduque de Medreiga, foi importunado por um vampiro nos arredores de Casanova, nas fronteiras da Sérvia turca. Afirmou que só depois de Ter ido ao túmulo do vampiro, comido terra do sepulcro e esfregado o corpo com sangue daquele, se viu livre de tal obsessão...Pouco tempo depois morreu num acidente. Dias depois de ser enterrado, fenômenos de vampirismo aconteceram na aldeia. O corpo foi desfeito mas estava perfeitamente conservado; porém os fenômenos continuaram!Arnold Paole viria a localizar mais dezessete cadáveres de heiduques iniciados em vampirismo. Um verdadeiro desfile de cavalaria das trevas.
Comuna rural de Metwett sobre Morava-1731:
Treze óbitos em seis semanas. São acusadas duas mulheres, mortas há pouco tempo, que durante a sua vida se dedicaram ao culto do vampiro. Miliza, que morreu em idade avançada, e Stanno ainda jovem. A primeira chegada de Montenegro (ocupada então pelos turcos), onde fora contatada por um vampiro. A Segunda vinda da Turquia.
Hungria, Kisilova, a três léguas de Gradish-1738:
Um vampiro de nome Peter Plogojowitz espalhou o terror em 1738 na aldeia de Kisilova. Morreram nove pessoas em oito dias.
Banat, Transilvânia-1755:
Uma aldeia de Olmütz é citada, por um escritor, pelos numerosos casos de vampirismo aí ocorridos.
Sérvia, em Novi-Bazar-1827:
As crônicas da época falam de fatos concretos passados com vampiros, sem contudo darem pontos de referência.
La Pierre-Sèche, perto de Salbris, França:
Um dos casos mais espantosos relativos a um casal: Paul de Gièvres e Virginie Blanchet, cujo túmulo está visível à beira do lago de Sologne.
Tucchla (tuchela)-1873:
O vampiro era o senhor ilustre da aldeia: Nicolai Macevko.District de Stry-1873:
Na sequência do caso de vampirismo de Tucchla, o povo do distrito de Stry dirigiu-se (ao fim de se registrarem várias mortes) a um túmulo suspeito em Slavka, destruindo o cadáver.
Sérvia, Pléternika-1888:
Manifestações sangrentas de um vampiro, que foi abatido pela gente da aldeia.
Hungria, Krasznahorta-18...:
No distrito de Rozsnyo, junto à pequena aldeia de Palotz, ergue-se o castelo de Krasnahorka. Em 1241, um pastor descobre uma pedra singular assim como um pequeno tesouro com o qual fez construir um castelo. Numa das salas, num caixão de vidro, está uma mulher vestida de preto, não reduzida a pó, com o braço direito ligeiramente levantado e o dedo indicador misteriosamente apontando...
Romênia, Crassova-1889:
Trinta cadáveres foram trespassados por estacas no seguimento de manifestações vampíricas.
Transilvânia, Curtes de Arges 19...:
Narração de Tinka, velha cigana de pequena aldeia de Capatineni, junto ao castelo de Drácula (narrado ao historiador Florescu). Logo a seguir à morte de seu pai se aperceberam estar-se na presença de um vampiro, uma vez que não se lhe manifestou qualquer rigidez cadavérica. Segundo Tinka, atravessaram-lhe o coração com uma estaca.
Romênia, Préjam (distrito de Vilces)-1920
Uma criança de 13 anos morto há pouco tempo foi decapitado, depois de lhe trespassarem o coração.
Jugoslávia, Kneginecc 1936:
Diversos casos de vampirismo, atribuídos ao cadáver de uma mulher nova, enterrada no século XIII no castelo de Herdody, em Varazdin.
Sérvia, Kosovo-Mtohija, de 1936 a 1940 de 1947 a 1948:
Emtre os Tziganes da província de Kossovo-Métohija, aconteceram muitos casos de vampirismo.
França, Nucourt, a 12 km de Gisors, século XIX:
Descobre-se na torre templária de Neaufles um cadáver exangue apresentando no corpo marcas que lembram as que são feitas por tridentes. (Algumas pessoas localizaram este caso como tendo ocorrido no século XVIII.)Em 1974, três túmulos do cemitério de Nucourt foram abertos e esvaziados.
Grã-Bretanha, Londres, Highgate-1974:
Sean Manchester acaba de publicar recentemente um livro sobre o caso do vampiro de Highgate (este livro não está traduzido para francês). Várias testemunhas falam de manifestações de origem vampírica, no cemitério de Highgate. Fala-se de um misterioso caixão, vindo da Turquia para Highgate, no século passado.